LINKEDIN • 10 de março de 2023
Fonte da Notícia: LINKEDIN
Data da Publicação original: 08/03/2023
Publicado Originalmente em: https://www.linkedin.com/pulse/meninas-e-mulheres-na-ci%25C3%25AAncia-import%25C3%25A2ncia-da-ramazzoti-chanan-phd/?trackingId=5fE%2BnkieSdiWtl3AMHZSlg%3D%3D
No mês das mulheres, dentre as várias conquistas de igualdade de gênero ao longo dos anos, destaca-se a ocupação expressiva de figuras femininas na Ciência, com as mais diversas contribuições em diferentes áreas de conhecimento.
Porém, estudos recentes ainda apontam uma baixa aderência do público feminino nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (A sigla em inglês é STEM - Science, Technology, Engineering & Math). [1]
Esse movimento pode ser agravado por questões como preconceitos que começam a ser reforçados logo na infância, que levam as meninas que se destacam nas disciplinas mais relacionadas ao campo das STEM acreditarem que homens são mais inteligentes e que elas podem ser mais bem sucedidas em áreas como licenciaturas, assistência social ou saúde.
Também, em momentos críticos como a pandemia de Covid-19, mulheres e parte da população mais vulnerável tendem a ser os primeiros a evadir de ambientes escolares para fornecer o suporte necessário para suas famílias. [2,3]
Mesmo nas eventuais situações de maior equidade ou até mesmo a predominância de Gênero em algumas áreas do conhecimento, as mulheres ainda tendem a ocupar a menor parcela de cargos de lideranças acadêmicas e científicas, fato que pode ser atribuído a uma maior credibilidade associada a homens pesquisadores e em posições de chefia, que acabam mais favorecidos na concessão de bolsas de pesquisa. [4]
Para reduzir a desigualdade de gênero nas situações expostas é necessário reforçar o acompanhamento e incentivo de meninas a ocuparem espaços acadêmicos e científicos desde a Educação Básica, dialogando com mulheres nessas posições.
Também é recomendável implementar iniciativas envolvendo metodologias ativas e programas que incentivam o aperfeiçoamento de habilidades relacionadas à Ciência e Tecnologia em ambientes exclusivamente ou majoritariamente femininos.
Com o fortalecimento de redes de mulheres em espaços científicos, a convivência entre figuras femininas diariamente, como exemplos profissionais, também se torna um ambiente favorável e confortável para que novas cientistas explorem suas habilidades e se mantenham em carreiras voltadas para STEM. [5]
Nesse viés, fica evidente que a visibilidade feminina se torna necessária para o crescimento e desenvolvimento igualitário, proporcionando o desenvolvimento científico com diferentes visões de mundo.
A diversidade é um dos fundamentos da interdisciplinaridade e os avanços nos campos de desenvolvimento científico e tecnológico em um mundo de crescente complexidade.
E que, não apenas pelo mês de março, e sim por todos os anos, possamos cada vez mais fortalecer uma rede de meninas e mulheres preparadas para assumir posições de liderança frente aos esforços STEM.
Lívia Ramazzoti Chanan é PhD em Química pela Universidade Estadual de Londrina (PR) e Coordenadora Acadêmica do Centro Universitário Filadélfia - Unifil.
1. Geary, D. C. “The Gender-Equality Paradox in Science, Technology, Engineering, and Mathematics Education”, Psychological Science, 29/4, 581–593, 2018
https://doi.org/10.1177/0956797617741719
2. Guimarães, M. Z.; Weissheimer, J. Educação é direito dela, 2023. Disponível em <https://cienciaparaeducacao.org/blog/2023/02/13/educacao-e-direito-dela/>
3. Costin, C. Uma educação para o futuro. Castro, M. H. G. e Callou, R. Educação em pauta 2022: Desafios da educação básica no Brasil. Brasília: OEI, 2022, 291-302.
4. Fonseca, A. Mulheres cientistas: como chegar a cargos de liderança, 2023. Disponível em: <https://valor.globo.com/carreira/noticia/2023/03/06/como-mulheres-cientistas-chegam-a-cargos-de-gestao.ghtml>
5. Mata, J. Projeto da UFG aproxima a ciência de estudantes da rede pública, 2023. Disponível em <https://jornal.ufg.br/n/165529-projeto-da-ufg-aproxima-a-ciencia-de-estudantes-da-rede-publica>.