G1 • 29 de junho de 2022
Fonte da Notícia: G1
Data da Publicação original: 28/06/2022
Publicado Originalmente em: https://g1.globo.com/politica/noticia/2022/06/28/cpi-do-mec-saiba-proximos-passos-apos-pedido-de-criacao-ter-sido-protocolado.ghtml
Senadores de oposição protocolaram nesta terça-feira (28) o pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar as denúncias de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação (MEC).
Para que a comissão inicie os trabalhos, é necessário que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), faça a leitura do documento em plenário (veja mais abaixo os próximos passos).
O regimento do Senado prevê que pedidos de abertura de CPIs precisam ser assinados por, no mínimo, 27 senadores — um terço dos 81 que compõem a Casa. Até a última atualização desta reportagem, 31 parlamentares haviam assinado o documento.
A criação da CPI ganhou força na semana passada, após o ex-ministro da educação Milton Ribeiro e pastores denunciados terem sido presos pela Polícia Federal — eles já foram soltos, mas as investigações continuam (leia detalhes mais abaixo).
Os próximos passos
Saiba o rito de criação de CPIs, segundo o Senado:
De acordo com o requerimento apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a CPI do MEC deverá ter:
De acordo com o Regimento Interno, o prazo poderá ser prorrogado automaticamente se houver um requerimento assinado por um terço dos senadores (27 dos 81). Este documento precisa ser comunicado por escrito à Mesa do Senado, lido em plenário e publicado no "Diário do Senado Federal".
Como o prazo inicial da CPI é de 90 dias, se não houver prorrogação, este também será o prazo para que o relator apresente um parecer sobre o tema e a comissão vote o documento, podendo aprová-lo ou rejeitá-lo.
O prazo da CPI é suspenso durante o recesso, de 18 de julho a 31 de julho.
Milton Ribeiro foi preso no dia 22 – e solto no dia 23 – na ação da Polícia Federal que investiga a suposta atuação de pastores na liberação de recursos do Ministério da Educação.
Em março deste ano, se tornou conhecida uma gravação na qual Ribeiro, ainda como ministro, disse que priorizava o repasse de dinheiro a municípios indicados por pastores e que, ao fazer isso, atendia a um pedido do presidente Jair Bolsonaro.
Depois, Milton Ribeiro negou. Afirmou que não priorizava municípios indicados por pastores e que Bolsonaro não havia lhe pedido isso. O episódio levou à demissão do então ministro.
Com a saída de Ribeiro do cargo, as investigações saíram do STF e foram para a Justiça Federal em Brasília. O juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal, entendeu que, soltos, Ribeiro e os pastores poderiam interferir nas investigações e, por isso, determinou a prisão deles.
Um dia depois, o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), com sede em Brasília, mandou soltar os investigados. O magistrado entendeu que medidas cautelares seriam mais adequadas porque Ribeiro não é mais ministro.