REVISTA ENSINO SUPERIOR • 23 de maio de 2022
Fonte da Notícia: REVISTA ENSINO SUPERIOR
Data da Publicação original: 20/05/2022
Publicado Originalmente em: https://revistaensinosuperior.com.br/whec-2022-o-que-o-mit-tem-de-tao-bom/
Por Luciana Alvarez, de Barcelona – Referência mundial em ensino de altíssima qualidade, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) serve de inspiração para outras instituições de ensino, mesmo as que atuam em áreas diferentes. Na visão da Anjali Sastry, que fez uma palestra na na Conferência de Educação Superior da Unesco 2022 (WHEC, na sigla em inglês), algumas das melhores coisas da instituição em que ensina são muito simples. Veja três delas:
Isso mesmo: o MIT tem uma sala em que qualquer estudante pode pegar uma banana e repor o potássio do seu corpo. Foi ideia de um grupo de estudantes, com uma verba que recebeu, comprar bananas e deixar à disposição em uma sala, aberta 24 horas por dia. O local acabou virando ponto de encontro informal e de descontração. Com o tempo, o espaço foi sendo decorado, ganhou sofás, estações com lego – e, claro, um fornecimento constante de bananas.
“Os alunos começaram a construir modelos de predição de manas, controle do estoque de bananas, sobre o gosto, criaram uma conta do twitter. Tudo sobre a noção simples de um lugar em que se vai comer bananas, que construiu cultura e conexão”, disse.
Sim, foram os estudantes que criaram o lounge das bananas. Mas eles criam e organizam muitas outras iniciativas dentro da instituição. Anjali citou um hackathon (espécie de uma “maratona” coletiva de programação) que os estudantes fizeram para melhorar as bombas de tirar leite materno. “O MIT apenas cedeu o espaço. A proposta, a organização, tudo partiu deles. Talvez esse não fosse um problema que um professor propusesse, mas eles acharam relevante e fizeram”, conta. Para ele, os docentes precisam expandir os horizontes sobre o que consideram digno de ser pesquisado.
Quando era aluna do primeiro semestre do MIT, Anjali se aproximou de um professor e pediu para fazer pesquisa com ele. O professor aceitou e a partir daí passou a frequentar não apenas os espaços de formação, como sala e laboratórios, mas também espaços informais junto com professores e outros funcionários. Quando tornou-se ela mesma professora, fez projetos com estudantes na África e chegou a viver junto aos seus alunos por algum tempo. “Teve um dia, almoçando com um grupo de alunos, um estrangeiro contou que estava surpreso porque nunca tinha feito uma refeição com um professor antes”, conta ela, que considera essencial para a educação essa proximidade entre todos.