REVISTA ENSINO SUPERIOR • 01 de abril de 2022
Fonte da Notícia: REVISTA ENSINO SUPERIOR
Data da Publicação original: 25/03/2022
Publicado Originalmente em: https://revistaensinosuperior.com.br/internacionalizacao-em-casa-acolhe-demanda-reprimida-apontam-especialistas/
A primeira de nove tendências identificadas no estudo Futuro do ensino superior: tendências, perspectivas e questionamentos, realizado pelo CEPI (Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação) da faculdade de direito da FGV-SP, é a integração global-local, ou simplesmente, internacionalização. Impulsionado pela globalização o movimento é crescente e cada vez mais pessoas têm buscado por certificação internacional. Nas instituições do Grupo Ânima, por exemplo, foi identificado um aumento de 65% nessa procura durante a pandemia.
Um dos fatores desse aumento é a internacionalização em casa que, como explica o relatório, engloba universidades virtuais, atividades extracurriculares, diferentes métodos de ensino, integração com bibliografia e docentes de diferentes partes do mundo, “tudo mediado pela tecnologia e sem a necessidade de cruzar oceanos”, acrescenta Alberto Costa, especialista em certificação internacional de língua inglesa e preparo de professores, e Senior Assessment Manager na Universidade de Cambridge.
Este aspecto também permitiu atender uma demanda reprimida de pessoas que tinham o desejo de ter uma experiência internacional, mas que por questões financeiras e/ou profissionais, não tinham como ir ao exterior. “Hoje mais do que nunca, com a mudança de cenário trazido pela pandemia, que flexibilizou e intensificou as experiências remotas, é possível oferecer aos estudantes ferramentas que vão muito além do intercâmbio, mas dentro da própria instituição e de forma acessível a todos.”, explica Danielle Santos, gerente de internacionalização da Ânima Educação.
“Não foram apenas as universidades que se adaptaram à nova realidade imposta pela pandemia, grande parte das empresas multinacionais oferecem hoje diversas vagas de trabalho e estágio remoto no mundo todo”, reforça.
Essa oportunidade, segundo a gerente, compõe a base da formação do estudante como cidadão do mundo, aquele que consegue enxergar novas possibilidades para empreender em uma carreira de sucesso.
Certificação internacional e empregabilidade
Para Lucas dos Santos Gonçalves, 22 anos, estudante de Direito da São Judas, que participou do curso de extensão International Negotiation, a democratização da educação internacional por meio das instituições privadas ainda é uma conquista relativamente nova e importante para toda a sociedade. “Estamos vivendo uma mudança de paradigma, onde qualquer um pode e deve ter acesso a esses programas internacionais. Eles trazem benefícios e ajudam a expandir o horizonte do indivíduo enquanto estudante, profissional e pessoa.”
Durante o curso, Gonçalves conta como aprendeu a solucionar situações de conflitos, utilizando uma técnica prática e aplicável. “Isso fez com que eu pudesse assumir posições de liderança em trabalhos em grupo, sempre mediando os conflitos e encontrando a melhor solução possível.”
Alberto Costa, pontua que o aspecto da empregabilidade a partir da certificação internacional é inegável. “O mercado de trabalho, seja ele brasileiro ou estrangeiro, cada vez mais exige que seus profissionais sejam, acima de tudo, cidadãos formados não apenas de capacidade técnica na sua área e de informações sobre o seu país de origem, mas também de soft skills e conhecimento que permitam uma atuação relacionada à solução de problemas em colaboração com times diversos, por vezes de outras nacionalidades”.
Entre os diversos programas internacionais oferecidos pelas instituições da Ânima e que englobam eventos, extensões, nanodegrees internacionais e intercâmbio online, alguns resultados obtidos em 2021 são destacáveis: foram 2.673 participantes no evento Global Health Congress, com cinco grupos de trabalho que resultaram em duas publicações no Brazilian Journal of Global Health; e 156 alunos estrangeiros matriculados em 6 cursos de nanodegree ofertados em quatro países (Argentina, Peru, México e Estados Unidos).
Costa acentua que o que vai determinar o sucesso da internacionalização em casa de cada instituição é a adoção de uma política que considere os objetivos da sua população de forma alinhada com os critérios que conduzem uma universidade a esse patamar (para dar condições que os indicadores apontados pelo British Council estejam naturalmente englobados no perfil da sua universidade), e de maneira integrada ao programa linguístico que precisa ser bem estruturado e fundamentado para propiciar a comunicação e a troca entre as comunidades.