G1 • 10 de junho de 2021
Fonte da Notícia: G1
Data da Publicação original: 08/06/2021
Publicado Originalmente em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2021/06/08/usp-cai-em-ranking-internacional-de-universidades-mas-brasil-aumenta-participacao-em-lista.ghtml
A Universidade de São Paulo (USP) caiu seis posições no ranking internacional da QS Quacquarelli Symonds, empresa de análise do ensino superior, saindo de 115ª para 121ª posição. O resultado foi puxado principalmente pela proporção entre docentes e alunos, segundo a pesquisa.
O levantamento, divulgado nesta terça-feira (8), aponta que cinco universidades brasileiras entraram pela primeira vez no ranking mundial: UFJF, UFPel, PUCPR, UFPB e UFG. Outras oito estão incluídas no ranking por melhorarem critérios como reputação acadêmica, reputação entre empregadores, número de professores e alunos, entre outros. Assim, houve aumento no número de universidades brasileiras, passando de 14 para 27. Com isso, o Brasil se tornou o país com mais instituições na avaliação, mas nenhuma está no top 100.
"De fato, expandimos a lista e encontramos mais cinco universidades brasileiras que atendem aos nossos critérios de inclusão. A boa notícia é que há mais universidades brasileiras no ranking. Das universidades apresentadas, três melhoraram, quatro diminuíram, cinco são novas e as outras 15 mantiveram-se estáveis", analisa Simona Bizzozero, diretora de comunicação da QS.
Universidades brasileiras no ranking da QS 2022
Nome da Instituição |
Posição 2022 |
|
1 |
Universidade de São Paulo (USP) |
121 |
2 |
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) |
219 |
3 |
Universidade Federal do Rio de Janeiro |
369 |
4 |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) |
434 |
5 |
Universidade Estadual Paulista (Unesp) |
492 |
6 |
Pontificia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) |
651-700 |
7 |
Universidade Federal de Minas Gerais |
651-700 |
8 |
Universidade Federal do Rio Grande Do Sul |
751-800 |
9 |
Pontificia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) |
801-1000 |
10 |
Universidade de Brasilia |
801-1000 |
11 |
Universidade Federal de Santa Catarina |
801-1000 |
12 |
Universidade Federal de São Carlos |
801-1000 |
13 |
Universidade Federal do Paraná (UFPR) |
801-1000 |
14 |
Universidade Federal do Pernambuco |
801-1000 |
15 |
Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do Sul |
1001-1200 |
16 |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) |
1001-1200 |
17 |
Universidade Federal da Bahia |
1001-1200 |
18 |
Universidade Federal de Juiz de Fora |
1001-1200 |
19 |
Universidade Federal de Pelotas |
1001-1200 |
20 |
Universidade Federal de Viçosa |
1001-1200 |
21 |
Universidade Federal do Ceará (UFC) |
1001-1200 |
22 |
Universidade Federal Fluminense |
1001-1200 |
23 |
Pontificia Universidade Católica do Paraná -PUCPR |
1201+ |
24 |
Universidade Estadual de Londrina |
1201+ |
25 |
Universidade Federal da Paraíba |
1201+ |
26 |
Universidade Federal de Goiás |
1201+ |
27 |
Universidade Federal de Santa Maria |
1201+ |
Fonte: QS Quacquarelli Symonds
Nesta edição, o QS World University Rankings 2022 expandiu para 1,3 mil o número de instituições ranqueadas, 145 a mais que na edição anterior.
Segundo os organizadores, os resultados mostram o desempenho de 14,7 milhões de trabalhos acadêmicos. Foram contabilizadas 96 milhões de citações destes trabalhos, ouvidos 130 mil professores e 75 mil empregadores.
Investimento em pesquisa
Ben Sowter, diretor de pesquisa da QS, aposta em expansão universitária e maior produção em pesquisa para melhorar os índices do Brasil.
“Se as universidades do país quiserem fazer mais melhorias, será necessário expandir os recursos de ensino em todo o país, para que os alunos possam desfrutar de experiências de aprendizagem pessoais e atenciosas. Também será necessário traçar estratégias para aumentar a produção e o perfil da pesquisa brasileira”, afirma.
Sowter explica que a avaliação de uma universidade também inclui o desempenho registrado nos últimos quatro anos na lista. Não se sabe se o difícil momento vivido atualmente pelas instituições públicas brasileiras, com cortes nas verbas, poderá ter influência em rankings futuros.
"Temos total conhecimento do trágico impacto da pandemia pelo mundo. Alguns países foram mais afetados do que outros e o Brasil é um deles. Nossa solidariedade e nossos pensamentos pela inteira população do Brasil", diz o diretor de pesquisa.
Os dados trazem um alerta em relação à produção científica do país.
De acordo com a QS, 17 das 27 universidades analisadas apresentaram notas piores, ano a ano, no quesito que analisa o impacto das pesquisas.
Nesta edição, nenhuma universidade brasileira ficou entre as 300 melhores do mundo em pesquisa.
"Temos plena consciência do impacto trágico que a pandemia teve em todo o mundo. Alguns países foram mais afetados do que outros, e o Brasil, infelizmente, é um deles", afirma Bizzozero.
Bizzozero cita a necessidade de expandir vagas no ensino superior.
"O fenômeno da falência de universidades não é só brasileiro. As universidades requerem um investimento substancial e uma excelente governança e liderança para prosperar. O Brasil tem a missão de proporcionar maior acesso ao ensino superior para a população mais jovem, especialmente a sub-representada. Acreditamos que o Brasil precisa de mais universidades, não menos, para atender à crescente demanda por educação superior", analisa Bizzozero.
A análise da QS aponta que, apesar da queda, a USP apresenta 90.1 pontos entre 100 possíveis na análise de reputação acadêmica. Entre os empregadores, fez 71.3 pontos.
O que evitou que estes índices se sobressaíssem foi a queda no quesito proporção docentes/aluno. A USP caiu 42 posições e ficou em 688º lugar.
As melhores do mundo e da América Latina
A melhor universidade no ranking mundial do QS 2022 segue sendo o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), pela 10ª vez seguida. A Universidade de Oxford subiu para o segundo lugar da pesquisa, o que não acontecia desde 2006. Universidade de Stanford e de Cambridge dividem o terceiro lugar.
Na América Latina, o Brasil é o país com mais universidades no ranking, superando Argentina e México, cada uma com 24.
Universidades da América Latina no ranking da QS 2022
Instituição |
Local |
Posição 2022 |
|
1 |
Universidad de Buenos Aires |
Argentina |
69 |
2 |
Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM) |
México |
105 |
3 |
Universidade de São Paulo (USP) |
Brasil |
121 |
4 |
Pontificia Universidad Católica de Chile |
Chile |
135 |
5 |
Tecnológico de Monterrey (ITESM) |
México |
161 |
6 |
Universidad de Chile |
Chile |
183 |
7 |
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) |
Brasil |
219 |
8 |
Universidad de Los Andes Colombia |
Colômbia |
236 |
9 |
Universidad Nacional de Colombia |
Colômbia |
258 |
10 |
Pontificia Universidad Católica Argentina Santa María de los Buenos Aires (UCA) |
Argentina |
322 |
11 |
Universidade Federal do Rio de Janeiro |
Brasil |
369 |
12 |
Universidad de Palermo |
Argentina |
391 |
Fonte: QS Quacquarelli Symonds