WHOW • 17 de dezembro de 2020
Fonte da Notícia: WHOW
Data da Publicação original: 11/11/2020
Publicado Originalmente em: https://www.whow.com.br/negocios/a-forca-da-digitalizacao-muito-alem-de-potencializar-oportunidades-de-negocios/
Se há 30 anos era preciso planejar uma viagem internacional com a antecedência de pelo menos um ano, hoje graças ao movimento de globalização e digitalização, é possível fazer praticamente todos os trâmites de forma rápida, prática e menos burocrática, por meio de plataformas online. Este movimento permite que tudo seja mais fluído, rápido e padronizado mundialmente.
Para Diego Barreto, CFO e vice-presidente de Estratégia do iFood, a digitalização acelerada é uma oportunidade de potencializar a conexão com o ecossistema de inovação. Ele esteve no segundo dia do Whow! Festival de Inovação 2020.
Se há alguns anos as empresas bem-sucedidas eram conhecidas por basear-se em princípios antigos muito bem estabelecidos eles já não conversam com o cenário atual. E isso ficou ainda mais evidente durante este período de pandemia, quando empresas que ainda tinham enraizadas em suas culturas a necessidade de manter muitos ativos fixos, por exemplo, corporações que mantinham diversos andares ou até mesmo um prédio inteiro, tiveram que se adaptar a políticas como home office e repensar o modelo de gestão hierarquizado e com dificuldades para gerar tecnologias e alternativas inovadoras para manter-se no mercado. E assim, adequar-se e mudar o mindset de “em time que está ganhando não se mexe”, características da velha economia.
Já empresas que surgiram ou já estavam adaptadas à nova economia, entendem que para crescer e se manterem como um nome forte no mercado, é essencial manter a fluidez nas relações, com modelo de gestão horizontal, ambiente colaborativo, metodologias ágeis e utilizando as tecnologias disponíveis para ter modelos de negócios mais flexíveis, comenta o executivo.
A globalização fez com que fosse possível fazer muito mais por menos e isso pode ser facilmente observado quando paramos para pensar na infinidade de empresas que surgiram e se consolidaram no mercado na última década, como o próprio iFood.
Para empreender na economia moderna é fundamental entender como as chamadas startups unicórnios agem, utilizando a digitalização a seu favor e observando as necessidades dos consumidores para enxergar boas oportunidades de negócio.
“A digitalização é mandatória, porque o mundo se coloca em uma determinada estrutura que é preciso flutuar pelo mundo de uma forma muito mais dinâmica e acessível. Se você não for capaz de fazer isso, você está perdendo cliente”, comenta Diego.
Isso reforça a teoria de uma empresa unicórnio, que tem nas redes sociais uma aliada e ferramenta de encantamento, mas também de pesquisa para conhecer melhor o cliente e entender suas necessidades, durante todo a sua jornada, desde criar tal necessidade até o pós-compra. E não para por aí, entre as estratégias é essencial ter uma expansão global e acelerada. Isso significa estar antenado às novas tecnologias e tendências do mercado, para tornar o negócio cada vez mais ágil e acessível a todos, aponta o CFO do iFood.
Além de entender essas necessidades, o empreendedor que está ligado nas oportunidades que o mercado cria. Há pouco mais de dez anos era inimaginável que seria possível pedir aquela pizza do fim de semana sem precisar ligar na pizzaria. E ainda era pouco comum conseguir pagar por esse tipo de delivery com uma alternativa diferente das cédulas de dinheiro.
De acordo com o executivo, o segredo está em usar o potencial da digitalização para se conectar com as mais diversas cadeias e assim, oferecer uma experiência cada vez mais completa ao consumidor.
“Todas as vezes que você se conecta a um lugar, o próximo passo que você dá é adicionar um serviço ou produto para o seu cliente. Assim, você cria uma melhor conexão”, ressalta Diego. Ele dá, como exemplo, a trajetória do iFood que nasceu como uma plataforma que conecta o restaurante ao consumidor que quer pedir uma comida e com o tempo se conectou com empresas de adquirência, para que fosse possível fazer os pagamentos utilizando a plataforma digital e a partir daí estar conectada com esse ecossistema, sempre de olho nas necessidades dos consumidores.
A empresa investiu em novas conexões, como pessoas que tinham interesse em fazer o serviço logístico — os entregadores —, o que proporcionou a ampliação do negócio. Afinal, hoje o estabelecimento não precisa ter seu próprio motoboy para oferecer um serviço de entrega, aumentando as possibilidades de negócios para as empresas e o desenvolvimento de uma experiência otimizada para o cliente.
De acordo com o executivo, tal modelo, ainda enfrenta algumas barreiras, no Brasil, por ainda ter a sua cultura voltada para a velha economia, que ressalta a posse do cliente e uma forma de ganho unilateral. Com o novo modelo, cada vez mais crescente, a visão é de criar um ecossistema colaborativo e que alinha interesses e necessidades entre empresa e parceiro, sendo interessante para ambas as partes, sem a cultura de ganho unilateral.
“As empresas não podem ser aplaudidas nesse momento por estarem se digitalizando nesse momento de pandemia, temos que ser críticos. O Brasil tem a capacidade de digitalização há pelo menos dez anos e não ter feito isso até agora é um sinônimo muito claro que você faz parte da velha economia. E essa mudança acontece com reconhecimento do modelo de negócio que sua empresa tem.”
Diego Barreto, CFO do iFood